Câmara de Vereadores de Cachoeirinha cancela seminário que debateria intolerância religiosa a 35 minutos do evento

Câmara de Vereadores de Cachoeirinha cancela seminário que debateria intolerância religiosa a 35 minutos do evento

March 13, 20252 min read

Participantes aguardavam na porta do órgão, mas foram impedidos de entrar. Deputada Estadual Luciana Genro (PSOL) acompanhou o flagrante de intolerância religiosa

Na noite desta quarta-feira (12.03), os organizadores do Seminário de Combate à Intolerância Religiosa foram surpreendidos ao chegar à Câmara de Vereadores de Cachoeirinha e descobrirem que o evento havia sido cancelado. Um grupo de aproximadamente 100 pessoas já esperava no local para participar do evento.

Mesmo o evento tendo sido confirmado durante a tarde, os participantes foram recebidos com os portões fechados e acompanhamento da Guarda Municipal. Sem receber nenhum aviso prévio da Câmara, bem como de seus representantes, o seminário, que deveria ocorrer a partir das 19h, foi cancelado por meio de uma publicação no Facebook da Câmara de Vereadores de Cachoeirinha às 18h35, sem mencionar o nome do evento

No comunicado oficial da Câmara de Vereadores, assinado pela vereadora Jussara Caçapava (AVANTE), relatou-se que “diante da ameaça de invasão por parte de alguns circunstantes, fez-se necessária a presença da autoridade policial", fato que não ocorreu e recebeu dezenas de comentários negativos na página da Câmara no Facebook. 

Embora divulgado nas redes sociais da vereadora Jussara Caçapava, não há nenhum registro anterior à data de ontem sobre a realização da Frente Parlamentar contra os serviços da Corsan, ao passo que o Seminário de Combate à Intolerância Religiosa já havia sido previamente agendado e amplamente divulgado há mais de uma semana. Dessa forma, conclui-se que há a urgência em se ter uma maior transparência sobre as agendas da casa e uma comunicação mais efetiva, já que não há nenhum registro, no site e redes sociais da Câmara, sobre a realização da Frente Parlamentar no mesmo dia. 

Além de todos os fatos citados, houve ainda o impedimento dos religiosos presentes de entrar dentro da Casa, por conta de suas vestes, fato que foi presenciado pela deputada estadual Luciana Genro. A parlamentar acompanhou o flagrante de intolerância religiosa e anunciou que encaminhará denúncia ao Ministério Público.

“Vamos responsabilizar criminalmente os vereadores e quem comanda a Casa por este crime", disse a deputada.

Também foi registrado Boletim de Ocorrência sobre o ocorrido pelos organizadores, que questionaram a falta de respeito com que o fato foi tratado.

“Estamos em 2025. Fizemos um seminário justamente para combater a intolerância. Uma hora antes cancelam o evento, trazem a Guarda Municipal e nos proíbem de entrar dentro da Câmara de Vereadores. Dizem que não é intolerância religiosa, mas é evidente que é", explicou Mestre Lukas.

Sobre o seminário

O evento, organizado pelo Instituto Mestre Lukas, pela Corrente 72 e pela Nova Ordem de Lúcifer na Terra (N.O.L.T.), reuniria 12 sacerdotes de diversas religiões para discutir o tema e promover o diálogo inter-religioso. O seminário iria contar com a presença do presidente do Conselho Municipal do Povo de Terreiro de Cachoeirinha, Roberto Antunes, do presidente da Afroconesul, Antônio Machado, e dos fundadores da N.O.L.T., Tata Hélio de Astaroth e Mestre Lukas de Bará da Rua, além de outros líderes religiosos.

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